Claudio Júlio Tognolli (São Paulo, 23 de agosto de 1963 – São Paulo, 3 de março de 2024)[1] foi um jornalista,[2] músico[3] e escritor[4] brasileiro, membro do Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos (ICIJ).[2] É formado pela Universidade de São Paulo (USP) e doutorado em Ciências da Comunicação pela USP[5] e estudou violão clássico e composição, com o maestro Hans Joachimm-Koellreutter.[6] Seu coorientador de mestrado foi o psicólogo Timothy Leary, com quem fez a última entrevista no leito de morte.[7] Tognolli foi pesquisador do Instituto de Estudos Avançados da USP.
Biografia
Nascido no bairro do Tatuapé, na zona leste de São Paulo, Tognolli optou pelo jornalismo ainda adolescente, quando passou a frequentar o curso Redator-Auxiliar no colegial no tradicional Colégio São Vicente de Paulo, na Penha. Entrou em cinco faculdades, mas optou por cursar jornalismo na ECA-USP.
Foi diretor fundador da Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji).[8] Idealizador e coordenador da Cátedra Otávio Frias Filho, em parceria com o Grupo Folha, instalada no Instituto de Estudos Avançados da USP. A Cátedra Otavio Frias Filho do IEA foi inaugurada em 18/02/2021, data em que o Grupo Folha completou 100 anos.
Entre seus prêmios constam o Esso, pela Abraji, o Jabuti de Literatura 1997 (livro "O Século do Crime"),[9] e Grande Prêmio Folha de Jornalismo, em 1993, com Fernando Rodrigues, pela série de 500 reportagens intitulada "Conexão Manágua".[10]
Escreveu a biografia do engenheiro de som Roy Cicala, para a editora Saraiva/Benvirá,[11] e a "História do Politicamente Incorreto" (Record), com o humorista Danilo Gentili, ambos no prelo. Desde novembro de 2016, escreve a biografia do senador Delcídio do Amaral.[12]
Em julho de 2017, ao lado de Joice Hasselmann e Felipe Moura Brasil, ancorou o programa Os Pingos nos Is, da rádio Jovem Pan.[13] Fora seu trabalho na Jovem Pan, Tognolli também já trabalhou nas rádios CBN e Eldorado, e nas revistas Consultor Jurídico, Galileu, Rolling Stone, Joyce Pascowitch e Caros Amigos.[14] Foi repórter especial do Jornal da Tarde e da Folha de S.Paulo, para quem foi correspondente nos EUA.[15] Fez reportagens em 35 países.[16] Foi colunista da AOL Brasil[17] e do jornal digital Brasil 247[18] e mantém, desde 2014, um blog dentro do portal Yahoo!.[19] e no portal TopBuzz.[20]
Em 11 de dezembro de 2014 lançou um livro em parceria com Romeu Tuma Júnior, "Assassinato de Reputações", lançado em 11 de dezembro de 2014, vendeu 120.000 cópias em quatro meses.[21]
Em janeiro de 2016, Claudio Tognolli passou a fazer parte do programa Morning Show, da rádio Jovem Pan. Ele comandou a bancada do matinal ao lado de Edgard Piccolli, Paula Carvalho, José Armando Vannucci.[22]
Em março de 2016 lançou o livro "Assassinato de Reputações II", novamente com Romeu Tuma Junior.[23][24] Tuma viria a prefaciar seu livro "A Caixa Preta da Abin", escrito com o tenente-coronel André Soares.[25]
Tognolli permaneceu na Jovem Pan até 15 de novembro de 2016, quando foi demitido da emissora.[26] O jornalista acusou o colega de casa, Reinaldo Azevedo, de "pedir a sua cabeça" para a direção da rádio, o que foi negado pelo mesmo.[27] Nos meses seguintes, Reinaldo Azevedo pediu demissão da Jovem Pan, deixando a ancoragem de Os Pingos nos Is.[28] Para substituí-lo, a emissora acabou recontratando Claudio Tognolli para fazer parte da nova equipe do programa,[29] que passou a ser ancorado por ele, por Joice Hasselmann e Felipe Moura Brasil a partir do dia 3 de julho de 2017.[30] Em 10 de outubro, Claudio Tognolli foi substituído no Os Pingos nos Is pelo também jornalista Augusto Nunes, pois Tognolli havia sido convocado para atuar novamente no programa Morning Show da mesma emissora.[31]
Dois de seus livros, "Assassinato de Reputações" e "Bem Vindo ao Inferno" estão em processo de filmagem. "Bem Vindo ao Inferno" teve prefácio assinado pelo juiz Sergio Moro e de sua mulher, Rosângela Wolf Moro.[32]
Em 2017, lançou a versão impressa de seu primeiro romance, "Balenciaga Torres e os Corações Pelludos", que apareceu em versão digital em 2007.[33]
O jornalista estudou violão clássico e tem como time do coração o Corinthians.[1]
Seu livro "Laços de Sangue", lançado em novembro de 2017 pela Editora Matrix, junto ao procurador Márcio Sérgio Christino, gerou reação do PCC.[34]
Em janeiro de 2018 lançou seu vigésimo livro, "Nomes aos Bois", pela Matrix: uma profunda investigação contra a JBS.[35]
Na véspera do casamento real, divulgou fotos de Meghan de topless, o que causou reação na mídia inglesa.[36]
O jornalista morreu na manhã do dia 3 de março de 2024 aos 60 anos, após complicações de um transplante cardíaco feito em janeiro.[37]
Bibliografia
- 1996 - O Século do Crime (The Century of Crime) com José Arbex Jr. (Boitempo). ISBN 85-85934-09-3
- 1997 - O Mundo Pós-Moderno (The Post-Modern World) (Scipione).
- 2001 - A Sociedade dos Chavões (Escrituras). ISBN 85-7531-015-1
- 2003 - Falácia Genética: a Ideologia do DNA (Genetic Fallacy: the DNA ideology) (Escrituras). ISBN 85-7531-109-3
- 2007 - Mídia, Máfias and Rock n Roll (Editora do Bispo)
- 2010 - 50 anos a mil, a biografia de Lobão (Nova Fronteira/Ediouro). ISBN 9788520924464
- 2013 - Milton Neves, uma biografia (Lazuli/Companhia Editora Nacional). ISBN 9788578650759
- 2014 - Assassinato de Reputações - Um crime de Estado (Topbooks). ISBN 9788574752280
- 2016 - Assassinato de Reputações II – Muito além da Lava Jato. ISBN 9788582302422
- 2016 - Ex-Agente Abre a Caixa Preta da ABIN (Escrituras). ISBN 9788575316436
- 2017 - Balenciaga Torres e os Corações Pelludos (romance), (Matrix). ISBN 9788582303108
- 2017 - Laços de Sangue: A História Secreta do PCC. 1. ed. São Paulo: Matrix. v1. 248p
- 2017 - Nomes aos Bois: A História das Falcatruas na JBS, 1 ed, São Paulo, Matrix, v1. 381 p ISBN 9788582304525
- 2018 - A Porta Mágica: a História de Roy Cicala, o maior engenheiro de som do mundo, Saraiva/Benvirá, 144p
Referências
Ligações externas