Uma companhia ferroviária, por definição, é uma entidade que opera uma ferrovia, um conjunto de trens, ou ambos. Esse tipo de companhia, pode ser da esfera pública ou privada.
Missão
A missão básica de qualquer companhia ferroviária, é: "prestar serviços de transporte no modo ferroviário que atendam a interesses econômicos e sociais".[1]
Esses serviços, podem ser reunidos em três grandes grupos, a saber:[1]
Carga
Passageiros de longo percurso
Passageiros de trem metropolitano
Deve-se levar em conta que: para levar a cabo sua missão básica, uma companhia ferroviária, deve buscar índices de eficiência e eficácia na execução dos serviços, que sejam persistentes e permitam não só sua sustentação, como também sua expansão.[1]
Histórico no Mundo
Seguem-se alguns fatos históricos relevantes, relativos à companhias ferroviárias. Nesse aspecto, as vezes é difícil distinguir a ferrovia da companhia ferroviária que a opera, pois em alguns países não há essa distinção:
1854 - Foi criada a "Imperial Companhia de Navegação a Vapor e Estrada de Ferro de Petrópolis" para operar a primeira ferrovia do Brasil.
1938 - Foi criada a SNCF (Société Nationale des Chemins de fer Français), a empresa ferroviária nacional pública francesa, a partir de um acordo entre o estado francês e um conjunto de empresas ferroviárias privadas da época.
1971 - Foi criada a Amtrak, uma companhia ferroviária estatal Norte americana de âmbito federal. Com o objetivo de manter em operação uma das maiores malhas ferroviárias do mundo, o governo dos Estados Unidos vem aportando dinheiro, de forma regular nessa empresa que se mantém deficitária desde sua criação.[2]
2015 - Com o objetivo de facilitar a abertura do setor ferroviário europeu à concorrência,[3] a SNCF deu origem a 3 organizações distintas: SNCF Réseau (responsável por gerenciar a infraestrutura ferroviária), SNCF Mobilités (operador ferroviário) e uma terceira organização, nomeada simplesmente SNCF, responsável pela estratégia global da empresa.[4]
Histórico no Brasil
A primeira ferrovia do Brasil, foi a Estrada de ferro Barão de Mauá, de 1854, e a companhia ferroviária responsável por sua operação, era a "Imperial Companhia de Navegação a Vapor e Estrada de Ferro de Petrópolis".[5]
Já no início do século XX surge uma outra companhia de valor histórico significativo: a "Brazil Railway Company", que apenas 10 anos depois de sua fundação em 1906, já detinha cerca de 47% das ferrovias brasileiras, sendo suas realizações amplamente documentadas.[8] Apesar disso, a Brazil Railway Company, começou a enfrentar problemas a partir de 1917. Suas subsidiárias começaram a entrar em regime de concordata e depois de alguns escândalos envolvendo ações administrativas protagonizadas por uma de suas subsidiárias, a "Southern Brazil Lumber & Colonization Company", ela acabou sendo completamente nacionalizada em 1940.[9]
Durante os anos da República Velha (1889 – 1930), ocorreu uma grande expansão da rede ferroviária do estado de São Paulo, sendo liderada pelas seguintes companhias:
A partir de meados da década de 1940, o transporte ferroviário entra em declínio por falta de investimentos e a maioria das empresas é estatizada. A malha ferroviária diminui, num processo de degradação da infraestrutura, a tal ponto de, no final da década de 1980, a RFFSA ter um orçamento de apenas 19% do que teve na década anterior, ficando impossibilitada até mesmo de pagar os serviços da dívida contraída.[11]
Já a partir do início da década de 1990, com as novas diretrizes governamentais, inicia-se um processo de privatização do setor. Desde o início dos anos 2000, o sistema ferroviário brasileiro sofreu uma grande reorganização, e a reestruturação do setor ainda está em curso, permitindo o surgimento de várias empresas no setor.
Depois da Segunda Guerra Mundial, entrou em declínio, num processo de concentração e estatização, semelhante ao ocorrido no Brasil, deixando um passivo oneroso.[12][13]
A situação melhorou pouco, entre as décadas de 1950 e 1970. As crises mundiais que se seguiram à Revolução dos Cravos, não ajudaram, e a situação não melhorou.
↑Os Caminhos de Ferro Portugueses 1856-2006, p. 63, 64
↑PORTUGAL. Lei n.º 2:008, de 7 de Setembro de 1945. Presidência da República - Secretaria, publicado no Diário da República n.º 200, Série I de 7 de Setembro de 1945.
↑100 Obras de Arquitectura Civil no Século XX, 2000:109
Bibliografia
ANTT - Agência Nacional de Transportes Terrestres. (Março 2010). "Evolução do Transporte Ferroviário 2010": 18 páginas (em português)
ANTT - Agência Nacional de Transportes Terrestres. (Outubro 2011). "Evolução do Transporte Ferroviário 2011": 15 páginas (em português)
100 Obras de Arquitectura Civil no Século XX. Lisboa: Ordem dos Engenheiros, 2000. 286 p. ISBN 972-97231-7-6 (em português)
Os Caminhos de Ferro Portugueses 1856-2006. [S.l.]: CP-Comboios de Portugal e Público-Comunicação Social S. A., 2006. 238 p. ISBN 989-619-078-X (em português)