O topônimo Parambu vem do tupipara (rio) e juru ou yuru (o que ronca), significando "rio roncador".[6]
Sua denominação original era Fazenda Cachoeirinha, depois São Pedro da Cachoeira, em seguida São Pedro da Cachoeirinha, Cachoeirinha e, desde 30 de dezembro de 1943, Parambu.[7]
História
Parambu localiza-se no território que foi habitado, antes da chegada das entradas vindas do Pernambuco, pelos índios jucás, Candandus e Inhamuns. Com a doação de sesmarias ao longo do rio Puiú ao Sr. Manoel de Sousa Vale e sua esposa Leonarda Bezerra Vale, Pais de Maria Madalena de Sousa Vale, foi construída a Fazenda Cachoeirinha. Maria Madalena era esposa do Sr. Enéas de Castro Feitosa no primeiro matrimônio do mesmo em que fixaram sua residência na sede da fazenda e doou 6,4 hectares de terras e edificou uma capela para São Pedro. Assim, disseminaram a criação de gado bovino na região, formado em torno das fazendas de gado e da capela, cujo patrimônio foi doado em 1772 por Enéas de Castro Feitosa. Chamou-se primitivamente Cachoeirinha e logo depois São Pedro da Cachoeira, sucessivamente. Dessa capela e fixação de novos gergamentos, gerou-se a povoação, se bem que em ritmo lento e de progresso igualmente ronceiro.
Origem histórica e política
Com um aglomerado de residências, começou a se formar uma vila. A vila pertencia politicamente a administração de Tauá. Fazendo parte do Distrito de Marrecas. No dia 2 de agosto de 1929, através da lei estadual nº2677, foi escolhido sede do Distrito e denominou-se São Pedro da Cachoeirinha.
No dia 28 de março de 1936 nas eleições municipais de Tauá, elegeu-se o Sr. José Noronha de Meneses vereador pelo Distrito.
O decreto nº 448 de 30 de dezembro de 1943 simplificou o nome sendo apenas cachoeirinha e posteriormente denominou-se Parambu.
Em 1946 elegeu-se vereador pelo Distrito Parambu o Sr. Nelson Zacarias Noronha sendo reeleito em 50 e 54. Na eleição de 54 elegeram-se vereadores: Inácio Ferrer Feitosa, José de Araújo Feitosa, José Permino Noronha, Nelson Zacarias de Noronha e Odilom Vieira Gomes.
Em 1954 iniciaram a campanha para emancipação política do Distrito.
O município de Tauá criou as subprefeituras e Parambu teve os subprefeitos: Antonio Adil Nóbrega da Veiga, Joaquim Augusto Bezerra, José Noronha Menezes, Cazé Noronha, Baiardo Moreira, Joaquim Carlos, Padre Argemiro Rolim de Oliveira e Joaquim Solano Feitosa.
No dia 28 de fevereiro de 1954 aconteceu o plebiscito que teve 904 votos a favor e 1 contra e assim, Parambu passou a categoria de município, ficando o nome Parambu (de origem indígena, pequena cachoeira).
Parambu foi criado pela lei Nº 3338 de 15 de setembro de 1956 e instalado simbolicamente em 22 de outubro de 1956, onde o governador Paulo Sarasati nomeou o prefeito interino, o Sr. Joaquim Solano Feitosa que renunciando, o Padre Argemiro Rolim de Oliveira assumiu a prefeitura.
No dia 4 de agosto de 1957 foi o município instalado oficialmente e realizadas as primeiras eleições municipais, tendo sido eleito o Sr. Francisco Alves Teixeira primeiro prefeito municipal, sem vice-prefeito.
Geografia
Clima
O município possui o clima tropical quente semiárido com precipitação média de 662,3 mm[8] com chuvas concentradas de janeiro a abril. O tipo climático de Parambu, de acordo com a classificação climática de Köppen-Geiger, é o Bsw'h' com período chuvoso iniciando-se em janeiro e fevereiro, prolongando-se até maio, sendo os meses mais secos agosto, setembro e outubro. Também caracterizado por escassez de chuvas e grande irregularidade em sua distribuição, baixa nebulosidade, forte insolação, índices elevados de evapotranspiração, temperaturas médias elevadas (por volta de 27 °C) e por vezes chuvas torrenciais.[9]
Hidrografia e recursos hídricos
As principais fontes de água de Parambu fazem parte da bacia do Alto Jaguaribe, sendo os rios e riachos de maior expressão: o rio Puiú, o rio Jucá, riachos São José, do Cordão, do Coronzó, do Rosário, Capivara, Riachão, São Gonçalo e João da Costa. Os açudes de maior porte são Espírito Santo, Monte Sion, Jucá e Parambu. O município é dotado de 132 poços tubulares, 58 poços Amazonas e 3 fontes naturais.[10]
Geologia, relevo e solos
Ocorrem na área terrenos pré-cambrianos, caracterizados por uma predominância de biotitagnaisse, com ocorrências restritas de migmatitos e granitos. Próximos às margens dos rios, observa-se a presença de aluviões (Quaternário), formado por sedimentos de granulometria variável, predominando de forma geral, os argilosos.
Morfologicamente, o relevo está caracterizado por um modelado suave, geralmente sub-aplainado, fundamentalmente homogêneo, apresentando formas colinosas cujas elevações são pouco acentuadas e com vertentes algo arredondadas e suaves; em alguns locais, as rochas graníticas adquirem maiores altitudes. Sobressaindo-se desse comportamento, ocorrem eventualmente, formas residuais de antiga superfície de erosão, como os “hogbacks”, reflexo de tipos litológicos mais resistentes como quartzitos e gnaisse fortemente quartzosos.[11]
A menor altitude encontra-se em torno dos 300 metros e a maior altitude fica em torno dos 800 metros (Serra da Ibiapaba/Serra Grande/Serra dos Cariris Novos), próximo da fronteira do Ceará com o Piauí.[12]
Os tipos de solos que ocorrem na região são variados, com predomínio das seguintes classes de solos: Argissolos, Neossolos litólicos, Latossolos, Neossolos flúvicos, Planossolos e Vertissolos.
As principais elevações são as serras: dos Cariris Novos (Batistas, Paulos, Moças, Meio, Baixões, Cariás) e Serra da Charita.[13]
Vegetação
A vegetação natural está bastante alterada pela ação antrópica. Nas porções mais baixas é composta por caatinga arbustiva aberta, com variação para a caatinga arbórea (ou floresta caducifólia espinhosa); nas vertentes e altos é composta de floresta subcaducifólia tropical pluvial e no planalto encontra-se carrasco(vegetação arbustiva densa, com caules finos, xerófila). É comum a presença de plantas como o juazeiro, angico, catingueira, mandacaru, marmeleiro-do-mato, aroeira, oiticica, imburana, jucá e umbuzeiro.[12]
Subdivisão
Formado na sua zona rural por 9 distritos: Parambu (sede), Cococi, Monte Sion, Novo Assis, Gavião, Miranda, Riachão, Oiticica, Campo Grande.
Na zona urbana pelos 15 bairros: Centro, Brasilia, Cachimbo I, Cachimbo II, Beleza, Queimada Grande, São Cipriano, Juazeiro, Vila Nova, Planalto, Caixa D'Água, Severino Alves Pereira, Horacio Alves Noronha, Alto da Bela Vista, Santa Rita.
Turismo: Os principais locais turísticos do município de Parambu são: Buraco da Velha (caverna entre o sertão e a região serrana), cidade fantasma de Cococi famosa por filmes como Lua Cambará: Nas Escadarias do Palácio e minissérie como O Quinto dos Infernos, além da cidade fantasma destaca-se as festas de São Pedro, Parambu Fest e Vaquejadas.
Cultura
Gastronomia: O município é representado por pratos como o "baião de dois" (de fava ou feijão), queijo coalho, carneiro assado na brasa, farinha branca de mandioca, "tapioca da serra", mel de abelha, doce de leite com queijo coalho e doce de caju.
Patrimônio histórico: Igreja de Nossa Senhora da Conceição na vila do Cococi, cuja construção foi iniciada por volta de 1720.
Patrimônio arqueológico: "Buraco da Velha" (caverna) com desenhos rupestres, feitos por populações autóctones em tempos imemoriais, na Serra dos Lopes(Serra dos Cariris Novos).
Patrimônio paleontológico: Sítio fossilífero pleistocênico com a presença de fósseis de elefante pré-histórico (mastodonte), na localidade Canabrava(distrito do Cococi).
Reserva Particular do Patrimônio Natural: Localizada na fazenda Olho D´água do Urucum (distrito do Cococi), criada em 1991, tem uma área de 2.610 hectares com fitosionomia e fauna típica da caatinga. É uma propriedade particular gravada com perpetuidade, por iniciativa do proprietário, que objetiva preservar a biodiversidade.
Eventos
Os principais eventos culturais são:
Festa do padroeiro São Pedro (junho);
Vaquejadas (junho);
Parambu Natalino (dezembro);
Festa do Município (setembro);
Festa de Nossa Senhora da Conceição — Cococi (dezembro);
Festa de São Francisco — Monte Sion e Novo Assis (outubro).
Formação administrativa
Distrito criado com a denominação de São Pedro da Cachoeirinha, pela lei estadual nº 2677, de 02-08-1929, com terras desmembradas do distrito de Marrecas, subordinado ao município de Tauá.
Em divisão administrativa referente ao ano de 1933, o distrito de São Pedro da Cachoeirinha, figura no município de Tauá.
Assim permanecendo em divisões territoriais datadas de 31-XII-1936 e 31-XII-1937.
Pelo decreto estadual nº 448, de 20-12-1938, o distrito de São Pedro da Cachoeirinha passou a denominar-se simplesmente Cachoeirinha.
No quadro fixado para vigorar no período de 1939-1943, o distrito já denominado Cachoeirinha figura no município de Tauá.
Pelo decreto-lei estadual nº 1114, de 30-12-1943, o distrito de Cachoeirinha passou a denominar-se Parambu.
Em divisão territorial datada de 1-VII-1950, o distrito já denominado Parambu, figura no município de Tauá.
Assim permanecendo em divisão territorial datada de 1-VII-1955.
Elevado à categoria de município com a denominação de Parambu, pela lei estadual nº 3338, de 15-09-1956, desmembrado de Tauá. Sede no antigo distrito de Parambu. Constituído de 2 distritos: Parambu e Cococi, ambos desmembrado de Tauá. Instalado em 14-09-1957.
Pela lei estadual nº 3858, de 17-10-1957, desmembra do município de Parambu o distrito de Cococi. Elevado à categoria de município.
Em divisão territorial datada de 1-VII-1960, o município é constituído do distrito sede.
Assim permanecendo em divisão territorial datada de 31-XII-1968.
Pela lei estadual nº 8339, de 14-12-1965, o município de Parambu adquiriu o extinto município de Cococi, como simples distrito.
Pela lei estadual nº 7160, de 10-01-1964, foram criados os distritos de Monte Sion e Novo Assis e anexado ao município de Parambu.
Em divisão territorial datada de 31-XII-1968, o município é constituído de 4 distritos: Parambu, Cococi, Monte Sion e Novo Assis.
Assim permanecendo em divisão territorial datada de 18-VIII-1988.
Pela lei municipal nº 303, de 10-08-1990, é criado o distrito de Miranda e anexado ao município de Parambu.
Pela lei municipal nº 304, de 10-08-1990, é criado o distrito de Gavião e anexado ao município de Parambu.
Em divisão territorial datada de 1991, o município é constituído de 6 distritos: Parambu, Cococi, Gavião, Miranda, Monte Sion e Novo Assis.
Pela lei municipal nº 326, de 20-06-1991, é criado o distrito de Oticica e anexado ao município de Parambu.
Em divisão territorial datada de 1995, o município é constituído de 7 distritos: Parambu, Cococi, Gavião, Miranda, Monte Sion, Novo Assis e Oiticica.
Assim permanecendo em divisão territorial datada de 2007.
↑«Parambu»(PDF). Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Consultado em 1 de dezembro de 2023. Arquivado do original(PDF) em 3 de março de 2016