O Reino da Geórgia (em georgiano: საქართველოს სამეფო; romaniz.: Sak’art’velos Samep’o) foi um estado monárquico fundado, em 975, por Pancrácio III que alcançou seu apogeu nos séculos XI e XII, a chamada "era de ouro da Geórgia". Seu declínio começou com a invasões mongóis do século XIII, quando o reino foi transformado num vassalo dos Ilcânidas, uma situação que só se reverteu na década de 1340. A partir de 1386, o renascimento do poderio mongol levou às invasões timúridas que levaram o reino ao colapso em 1466 e finalmente à desintegração em três reinos independentes, Cártlia, Caquécia e Imerícia entre 1490 e 1493.
A monarquia unificada conseguiu defender sua precária independência contra os poderosos vizinhos bizantinos e seljúcidas por todo o século XI até finalmente prosperar sob o comando de David IV, o Construtor(r. 1089–1125), que repeliu os ataques seljúcidas e consolidou a unificação georgiana reconquistando Tbilisi em 1122.
Apesar de repetidos incidentes de conflitos dinásticos, o reino continuou a prosperar durante os reinados de Demétrio I(r. 1125–1156), Jorge III(r. 1156–1184) e, especialmente, sua filha, Tamara, a Grande(r. 1184–1213).
As invasões dos corásmios em 1225 e dos mongóis em 1236 acabaram com a "era de ouro" da Geórgia. A batalha contra o domínio mongol levaram ao estabelecimento de uma diarquia, com um ambicioso ramo lateral da dinastia Bagrationi controlando a região de Imerícia (a Geórgia ocidental). Muitas poderosas famílias georgianas e armênias também se tornaram praticamente independentes do rei contando com o apoio dos mongóis e os georgianos participaram de todas as grandes campanhas militares do Ilcanato.[2]
Em 1327, se desenrolou na Pérsia mongol o mais dramático evento do reinado do cãAbuçaíde Badur: a queda e execução de Chupan, protegido do rei georgiano Jorge V. O filho de Chupan, Mahmud, que comandava a guarnição mongol da Geórgia foi preso por suas próprias tropas e executado. Depois disso, Iqbalshah, filho de Qutlughshah, foi nomeado para ser o governador mongol da Geórgia (chamada de Gurjistão na época).[3] Em 1330/31, Jorge V anexou Imerícia e iniciou a reunificação da Geórgia quatro anos da queda do último cã efetivo na Geórgia, Abu Sai'd. Em 1334, a posição foi dada a xeique Haçane dos jalayir por Abu Sai'd.[4]
Desintegração final
Depois disso, a Geórgia gozou de um período de renascimento durante o reinado de Jorge V, o Brilhante (r. 129–1302; 1314–1346), mas oito devastadores raides do conquistador turco-mongolTamerlão entre 1386 e 1403 praticamente destruíram o reino. A precária unidade resultante foi finalmente estilhaçada entre 1490 e 1493, quando três reinos independentes — Cártlia (Geórgia centro-oriental), Caquécia (Geórgia oriental) e Imerícia (Geórgia ocidental) — liderados por ramos rivais da dinastia Bagrationi, e em cinco principados semi-independentes — Odishi, (Mingrélia), Guria, Abecásia, Suanécia e Mesquécia — dominados por seus próprios clãs feudais.
↑De acordo com o príncipe Vacusti de Cártlia, David Soslan era descendente do príncipe refugiado David, um neto de Jorge I da Geórgia(r. 1014–1027) e sua esposa alana Alde.
↑C.P.Atwood- Encyclopedia of Mongolia and the Mongol Empire, p.197
↑D. M. Lang - Georgia in the Reign of Giorgi the Brilliant (1314-1346). Bulletin of the School of Oriental and African Studies, University of London, Vol. 17,No. 1 (1955), p.84
↑Ta'rfkh-i Shaikh Uwais (History of Shaikh Uwais), trans. and ed. J. B. van Loon, The Hague, 1954, 56-58.